- O Caos Cultural
Necropolítica: Política da Morte

"Este ensaio pressupõe que a expressão máxima da soberania reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer. Por isso, matar ou deixar viver constituem os limites da soberania, seus atributos fundamentais. Exercitar a soberania é exercer controle sobre a mortalidade e definir a vida como a implantação e manifestação de poder" Nascido em Otélé, em Camarões, Achille Mbembe é um filósofo e teórico político contemporâneo.
Seus principais tópicos de pesquisa abordam a história africana, os estudos coloniais e as políticas e ciências sociais. Mbembe dialoga com o conceito do biopoder de Foucault, porém afirma que este não é mais suficiente para explicar as formas contemporâneas de subjugação. Para tal, cria a ideia de Necropolítica, que vai além de simplesmente "inscrever corpos dentro de aparatos disciplinares", mostrando como o poder da soberania, agora, é encenado através da criação de zonas de morte, onde esta se torna o último exercício de dominação e a forma primária de resistência.

Achille Mbembe
O artigo original, "Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte", foi publicado na revista Arte e Ensaios, n. 32, de 2016. A publicação pertence à UFRJ, e pode ser lida, na integra, no link abaixo.
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