- O Caos Cultural
As Górgonas e o Verdadeiro Eu

De acordo com a mitologia grega, as górgonas eram as três filhas de Fórcis e Ceto, sendo elas a Medusa (Μέδουσα, "a impetuosa"), Esteno (Σθεννώ, "a que oprime") e Euríale (Εὐρυάλη, "a que está ao largo").
Apesar de agirem de formas malignas, possuíam uma beleza invejável, que chagava a aproximá-las de Atena. Tal semelhança e discrepância de ações fez com que a deusa da sabedoria lhes retira-se a beleza, atribuindo às irmãs o aspecto de monstros, de longas presas, pela escamosa e cabelos de serpente. Além disso, Atena também as condenou a petrificar tudo aquilo que as encarava.
Anos depois tal maldição se voltaria contra a própria Medusa que, em luta contra Perseu, encararia seu próprio reflexo no espelho do guerreiro e se tornaria pedra, assim como suas vítimas.
Porém, para além da mitologia, as górgonas são representações de nós mesmos. Encarar a górgona é encarar a si mesmo, sem máscaras ou pudores. È presenciar seu verdadeiro eu, reconhecer cada detalhe de seu íntimo. É petrificar-se com o horror de sua própria essência.
